Para custeios, proposta é a criação de uma linha de capital de giro no BNDES em dólar

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou ontem que o governo federal está estruturando uma medida para prorrogar as parcelas de investimentos rurais com vencimento em 2024 por conta da esperada quebra na safra de grãos devido ao clima adverso. Cálculos informais de fontes do mercado financeiro apontam para passivos de R$ 20 bilhões.
“Temos que estar atentos para não deixar os produtores inseguros. Estamos estruturando uma medida para prorrogar todos os investimentos que vencem em 2024 para os produtores terem fôlego”, afirmou o ministro a uma rádio de Mato Grosso.
A prorrogação dos financiamentos deve gerar custos ao Tesouro Nacional em função das linhas subsidiadas do Plano Safra. O ministro, porém, não estimou o tamanho dos gastos. Com dificuldades de conseguir recursos extras, a medida pode sacrificar o orçamento reservado à equalização de juros de novas operações de crédito rural.
Fontes do mercado financeiro que já fizeram parte do governo estimam que o valor total das parcelas de investimentos com vencimento em 2024 e que potencialmente precisariam de prorrogação seria próximo de R$ 20 bilhões. O montante leva em consideração a somatória das operações contratadas na safra 2022/23, que já cumpriram a carência de 12 meses, e os financiamentos feitos em anos anteriores, geralmente divididos em oito prestações.
A estimativa se baseia no montante contratado para investimentos nos últimos anos por agricultores e pecuaristas do Centro-Oeste — principal região produtora do país e a mais afetada pela falta de chuvas nesta temporada — disponíveis no sistema do Banco Central.
Na safra 2022/23, por exemplo, foram contratados R$ 98,6 bilhões para essa finalidade em todo o país, dos quais R$ 28,8 bilhões foram para o Centro-Oeste. As primeiras parcelas das operações contratadas em 2022 que vencem agora mais o saldo dos financiamentos de, ao menos, sete anos anteriores resultam nos R$ 20 bilhões.
Caso o governo decida prorrogar as prestações, o Conselho Monetário Nacional (CMN) deverá definir a abrangência do público-alvo, o que ainda pode alterar, para cima ou para baixo, os valores cujos pagamentos serão adiados.
As fontes não arriscam dizer qual será o custo para o Tesouro Nacional para isso, mas garantem que se houver decisão política para realizar a prorrogação, haverá orçamento disponível. Procurado, o órgão ainda não respondeu.
Queda dos juros
‘A avaliação dessas fontes é que o custo não será tão alto, pois houve queda da Selic e redução no ritmo de contratação de investimentos nesta safra, o que achata o tamanho da sua dedução em Planos Safra futuros. Com isso, pode haver “sobras” no orçamento disponível para equalização de juros de investimentos rurais e agroindustriais neste ano de R$ 3,4 bilhões.
A ideia do governo com a prorrogação dos investimentos é que os produtores rurais tenham fôlego e espaço para pagar seus financiamentos de custeio, mais urgentes. Uma das fontes ouvidas disse que o Executivo precisa ser ágil na construção dessas medidas. Se demorar, o fomento privado para a safra 2024/2025 pode travar.
O Ministério da Agricultura também articula a criação de uma linha em dólar no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que revendas de insumos e outras empresas possam carregar as dívidas privadas de custeio dos seus clientes, com juros de 7% mais a variação cambial e de três a cinco anos para pagamento, sem custos para a União.
Via: Globo Rural
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