Da Redação
O presidente da AMA (Associação dos Municípios do Araguaia), Marcos Sá, afirmou que quer urgência para a conclusão da BR-158, no Norte Araguaia. Segundo ele, não importa se a rodovia seguirá pelo traçado original, dentro da Terra Indígena Marãiwatsédé, ou se contornará a reserva pelo chamado Contorno Leste.
O comentário foi feito durante conversa com jornalistas, no 1º Encontro Regional de Municípios, promovido pela AMM (Associação dos Municípios Mato-grossenses). Segundo ele, a conclusão da rodovia trará “benefícios imensuráveis” à região, no que diz respeito ao tráfego, sobretudo, da produção agropecuária.
“Nós queremos que o asfalto saia. O cavalo está passando arreado, nós temos que montar nele, seja pelo Contorno Leste, ou seja, pelo trajeto original”, disse Marcos.
Segundo ele, em conversa com o deputado federal Nelson Barbudo (PSL), a obra é uma das prioridades do governo e está prevista para breve. De acordo com Marcos, o desejo de Brasília é que a pavimentação ocorra pelo traçado original, cortando a reserva indígena Xavante.
“O deputado Nelson Barbudo disse que esteve com o ministro [de Infraestrutura, Tarcísio Gomes] e ele teria dito que iria concluir a BR-163. Concluindo a 163, a próxima obra do governo federal seria a 158, pelo traçado original de 120 km.”
A leva de pavimentação da BR-158 iniciou em 2003, após um fórum sobre a região Norte Araguaia, que discutiu melhorias na rodovia. A partir daí, foram asfaltados os trechos entre Vila Rica e Porto Alegre do Norte e entre Ribeirão Cascalheira e a localidade do Alô Brasil.
Foi quando o asfaltamento parou de avançar devido às questões indigenistas, referentes ao impacto que a obra representaria à comunidade e aos valores socioculturais dos Xavante. Para dar sequência ao projeto de pavimentação da rodovia por dentro da reserva Marãiwatsédé, o componente indígena teria que ser superado.
De acordo com o presidente da AMA, já fazem 7 ou 8 anos que a questão deixou de andar. O projeto do Contorno Leste, defendido por políticos como o senador Wellington Fagundes (PL), sugeriu contornar os limites da reserva, passando a rodovia ainda pelos municípios de Bom Jesus do Araguaia, Serra Nova Dourada e Alto Boa Vista.
O projeto chegou a ter todas as licenças ambientais emitidas e até teve um de seus dois lotes licitados. Mas o entendimento do atual governo federal é de que o Contorno Leste seja descartado, uma vez que o trajeto de 190 km dobraria o valor da obra.
Segundo Marcos Sá, a conclusão da rodovia é uma das principais lutas da AMA junto ao governo federal. “Hoje um caminhão gasta 8 horas para andar 120 km. Imagina uma ambulância. Só quem passa por essa rodovia, que passa centenas de caminhões, de carretas por dia, sabe o que nós passamos. Vai melhorar a nossa relação econômica, os fretes vão ficar mais baratos, o custo de vida vai ficar mais barato.”
Fonte: Semana 7