Contradições e possível tentativa de fuga fortalecem suspeitas contra o Manoel
Por Simone Nascimento com PJCMT
As investigações sobre o desaparecimento de Pedro Souza Matos, de 35 anos, começaram oficialmente na manhã da segunda-feira, 19 de maio, após o registro da ocorrência feito por sua mãe, Diva Souza Matos, na Delegacia de São Félix do Araguaia (MT). De acordo com a denúncia, Pedro saiu de casa no dia anterior, por volta das 7h, acompanhado de um indígena Manoel Inykrj, com destino à localidade conhecida como Lago dos Patos, uma área de difícil acesso na zona rural do município de Luciara.
Desde então, Pedro não retornou à residência e não fez nenhum contato com familiares ou amigos. A ausência de comunicação, somada às características da região e às inconsistências nos relatos do único acompanhante da vítima, acenderam o alerta das autoridades, que passaram a considerar a possibilidade de um crime doloso contra a vida.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Dr. Ivan Albuquerque, da Delegacia de São Félix do Araguaia, o suspeito, apresentou versões contraditórias ao ser questionado sobre o paradeiro de Pedro. Em um primeiro momento, afirmou que o pneu da motocicleta que utilizavam furou e que ele seguiu a pé, deixando Pedro com o veículo. Em uma segunda versão, no entanto, Manoel disse que ambos chegaram juntos até a Fazenda Capitão João, onde teria deixado a vítima e seguido sozinho ao Lago dos Patos.
Essas mudanças de narrativa, de acordo com o delegado, indicam uma tentativa clara de confundir a investigação. Soma-se a isso o fato de que Pedro foi visto pela última vez na companhia de Manoel e, desde então, permanece desaparecido. Além disso, Dr. Ivan relata que, em uma ligação telefônica feita durante a apuração dos fatos, o investigado demonstrou comportamento extremamente nervoso, chorou e deu declarações desconexas, o que reforça a suspeita de envolvimento direto no desaparecimento.
Outro ponto que chamou a atenção das autoridades foi o fato de Manoel ter afirmado que não fala bem a língua portuguesa. No entanto, vídeos e áudios já coletados pela polícia mostram que o suspeito se comunica fluentemente no idioma, o que levanta dúvidas sobre a veracidade de suas declarações.
Ainda segundo o delegado, Manoel compareceu à delegacia acompanhado de um irmão, alegando que precisava de ajuda para se comunicar, o que também é contestado pelos materiais obtidos na investigação. Diante das inconsistências e da possibilidade de fuga, o delegado representou junto ao juízo pela prisão preventiva do suspeito.
A preocupação é que, por ser pertencente a uma comunidade indígena situada em região remota e de difícil acesso, Manoel possa se ocultar no território e frustrar a aplicação da lei. A área é de difícil controle por parte das autoridades, o que motivou o pedido de prisão como forma de garantir o prosseguimento das investigações.
As buscas por Pedro continuam com o apoio da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e da colaboração de membros de uma tribo indígena local, que também se dispuseram a ajudar nas ações. Até o momento, a motocicleta mencionada pelo suspeito, que supostamente teve um pneu furado à beira do rio, não foi localizada.
A Polícia Civil segue empenhada em localizar Pedro Souza Matos e esclarecer todos os detalhes que envolvem seu desaparecimento.
Nota de esclarecimento
Ontem à noite, a equipe do GN Comunicação e Notícias publicou, em suas redes sociais, a informação de que o indígena investigado no desaparecimento de Pedro Souza Matos teria confessado o crime. A notícia foi baseada em uma declaração informal recebida por um membro envolvido nas buscas.
No entanto, nesta quarta-feira (21), em contato direto com o delegado responsável pelo caso, Dr. Ivan Albuquerque, foi esclarecido que não houve confissão formal por parte do investigado. Até o momento, existem apenas indícios de envolvimento e contradições nos relatos apresentados, que seguem sendo apurados pela Polícia Civil.
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