Por Simone Nascimento
Vila Rica (MT), Araguaia. De onde se ouve berrante e se come poeira antes mesmo do café, saiu um peão que está fazendo história. Hidelvan Silva Ribeiro, vilariquense é hoje um dos nomes mais promissores do rodeio nacional — e já começa a chamar atenção internacional. Seu desempenho no PBR Brasília Rodeio Fest, realizado de 3 a 6 de abril de 2025, reforça que o Araguaia não exporta apenas grãos e gado: exporta talento bruto.
Brasília virou arena de oportunidades — e Hidelvan soube agarrar a sua
A edição que abriu a temporada 2025 da Professional Bull Riders (PBR) aconteceu no Parque de Exposições Granja do Torto, em Brasília. Foram 26 atletas de elite na disputa por R$ 60 mil em prêmios — uma das maiores bolsas do circuito nacional — e, mais importante ainda, pontos no ranking internacional, porta de entrada para os campeonatos da PBR nos Estados Unidos.
Foi nesse cenário competitivo e carregado de expectativa que Hidelvan brilhou. Com uma presença sólida na arena, ele não apenas segurou os touros como também segurou o olhar atento dos olheiros estrangeiros. Em sua fala, fica evidente o quanto essa trajetória é construída com fé e resistência:
“Não foi só aquele rodeio que me deu chance pra ir pros Estados Unidos… isso aqui é batalha de mais de um ano. Pode ser esse mês, pode ser o mês que vem, ou só no ano que vem. Só Deus sabe.”
Vitórias que constroem um nome — e uma carreira
Hidelvan não chegou em Brasília como estreante. Ele aterrissou na capital federal embalado por uma temporada 2024 simplesmente memorável. Foi bicampeão em Canarana (MT), sua casa vizinha. Em Minas Gerais, venceu etapas em Monte Alegre de Minas e Honorópolis. No interior paulista, levantou o troféu em Cravinhos e brilhou também em Indaiatuba (SP) — duas praças respeitadas do rodeio nacional.
Essas vitórias renderam mais do que reconhecimento: Hidelvan conquistou um carro, duas motos e prêmios em dinheiro, somando à sua crescente coleção de conquistas materiais e simbólicas.
Além disso, ele já havia conquistado o 5º lugar na etapa da PBR em Campo Grande (2024) e garantido vaga na final nacional da PBR em Barretos, reforçando seu lugar entre os grandes nomes do circuito brasileiro.
A perda de um mestre: Max de Brito, presente na alma da montaria
No coração da carreira de Hidelvan, há uma figura cuja ausência ainda pesa — e sempre pesará. Max de Brito, fundador da lendária Companhia Centro-Oeste de Rodeios, foi brutalmente assassinado no último dia de março de 2025, em Vila Rica. Sua morte abalou o meio sertanejo e deixou um vazio na arena e na vida daqueles que foram formados sob sua orientação.
Para Hidelvan, Max foi muito mais do que um patrão ou treinador.
“Ele significou muita coisa pra mim. Foi a base que eu tive e tenho como um pai.”
Essa frase, dita com emoção contida, revela o tamanho do impacto que Max teve em sua formação, não só como peão, mas como homem. Seu legado vive nos ensinamentos, na disciplina e na coragem que Hidelvan carrega a cada montaria.
Outros nomes do Araguaia também marcaram presença
A região do Araguaia vem se firmando como celeiro de grandes peões. Além de Hidelvan, outros dois competidores mato-grossenses também participaram do evento: Riquelme dos Santos, de Bom Jesus do Araguaia, e Jhon Carlos Moreira, de Confresa. Ambos são parte dessa geração que vem ganhando espaço no cenário nacional, embora nesta matéria, os holofotes estejam voltados para o filho de Vila Rica.
Entre a poeira e a glória: a filosofia de um peão
“A gente batalha o ano inteiro. A vida da gente é essa, em busca de um dia melhor. E não tá em boi de após o dia: tá em fazer o nosso trabalho.” — é assim que Hidelvan define a lida. A frase, simples e bruta como a lida no campo, traduz a mentalidade de quem não vive esperando por sorte, mas por resultado.
Aos poucos, com cada montaria, ele vai construindo o caminho até os Estados Unidos. Pode não ter data marcada — mas o bilhete já está sendo escrito.
O nome dele é Hidelvan. E o Brasil rural está assistindo.
Em um circuito onde cada segundo conta e cada queda pode custar uma temporada, Hidelvan Ribeiro da Silva segue firme. Filho do Araguaia, forjado no calor das arenas, ele é hoje mais do que um competidor: é símbolo de que talento, disciplina e fé continuam sendo os principais ingredientes da vitória — seja no Mato Grosso, em Barretos ou, muito em breve, nos Estados Unidos.
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Simone Nascimento
Editora-chefe | GN Comunicação e Notícias
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