Visita reforça engajamento da atriz com questões ambientais e indígenas no Brasil
Por Simone Nascimento
A renomada atriz e ativista Angelina Jolie desembarcou nesta terça-feira (2) no município de São José do Xingu, no nordeste de Mato Grosso, para um encontro histórico com o cacique Raoni Metuktire, uma das vozes mais emblemáticas na defesa dos povos indígenas e da floresta amazônica. A visita, de caráter privado, teve como objetivo discutir estratégias de preservação ambiental e proteção dos direitos indígenas, além de fortalecer alianças internacionais em defesa da Amazônia.
Acompanhada de uma pequena comitiva e sob rígido esquema de segurança, Jolie foi recebida na aldeia Piaraçu com danças tradicionais do povo Kayapó, liderado por Raoni. Em clima de respeito e cordialidade, a atriz norte-americana ouviu lideranças locais, conversou com jovens indígenas e conheceu projetos sustentáveis desenvolvidos pela comunidade.
Durante o encontro, o cacique Raoni destacou a urgência de medidas concretas para conter o avanço do desmatamento e a invasão de territórios tradicionais por atividades ilegais, como o garimpo e a grilagem de terras. “Precisamos de apoio para proteger nossa terra, nossa cultura e nosso futuro”, afirmou Raoni, de 92 anos, com a força de quem há décadas ocupa um papel central na luta pelos direitos dos povos originários.
Jolie, que é enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e fundadora da Fundação Jolie-Pitt, tem um histórico de atuação em causas humanitárias ao redor do mundo. Em declaração à imprensa local, ela ressaltou que a proteção dos povos indígenas é indissociável da preservação do meio ambiente: “A Amazônia é vital para o planeta. Escutar os povos que a habitam é o primeiro passo para qualquer ação responsável.”
A visita ocorreu em meio a um momento de tensão política no Brasil, com debates acalorados em torno do marco temporal das terras indígenas, atualmente em discussão no Supremo Tribunal Federal. A presença de uma figura internacionalmente reconhecida como Angelina Jolie lança nova luz sobre a pauta e pressiona lideranças políticas a prestar atenção aos apelos das comunidades indígenas.
Especialistas apontam que gestos como o de Jolie têm forte impacto simbólico e ajudam a internacionalizar as causas locais. “A vinda dela é importante porque amplia o alcance da nossa voz. Ela não fala por nós, mas ajuda o mundo a nos escutar”, afirmou Kretã Kaingang, coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).
A agenda de Jolie em território brasileiro incluiu ainda uma reunião com representantes de ONGs que atuam na Amazônia Legal, além de uma visita a projetos de reflorestamento conduzidos por lideranças indígenas. A atriz não confirmou se voltará a atuar como mediadora em fóruns internacionais sobre o tema, mas indicou disposição em continuar acompanhando os desdobramentos da luta indígena no Brasil.
“Estou profundamente tocada com o que vi e ouvi aqui. Essas comunidades não são apenas guardiãs da floresta — elas são também fontes de conhecimento, sabedoria e resistência”, declarou.
A viagem de Angelina Jolie ao Brasil reforça a crescente preocupação global com o futuro da Amazônia e o reconhecimento do protagonismo indígena na sua preservação. Mais do que um ato simbólico, o encontro com Raoni evidencia a necessidade de construir pontes entre culturas, continentes e causas — num esforço comum pela proteção da vida em todas as suas formas.
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