Alain Reis de Santana, 33 anos, e Elmi Caetano Evangelista, 74, suspeitos de ajudar Lázaro Barbosa a fugirReprodução
Segundo Alain de Santana, o maníaco dormiu na sede da chácara desde quarta-feira. Funcionário também sofreu ameaças do foragido.
Os dois homens presos, nessa quinta-feira (24/6), suspeitos de dar cobertura ao foragido Lázaro Barbosa, 32 anos, estiveram com o maníaco pelo menos cinco vezes nos últimos dias. Alain Reis de Santana, 33, afirmou que o patrão, Elmi Caetano, 74, escondia o criminoso e cozinhava para ele, em uma chácara situada na área rural de Girassol (GO).
O caseiro Alain percebeu que Elmi fez quantidade maior de comida nesta semana. Na sexta-feira feira (18/6), o funcionário relatou que, ao fechar a porta dos fundos, viu que Lázaro estava no local, na área da churrasqueira. O foragido é acusado de cometer crimes brutais, como latrocínio, estupro e homicídios, e foge de centenas de policiais há 17 dias.
O funcionário contou que ficou assustado e percebeu que Lázaro mancava. Ao questionar Elmi sobre a presença do fugitivo na chácara, o patrão alegou que o caseiro estaria “imaginando coisas”. Alain também viu o maníaco no local no último sábado (19/6); o empregado não compareceu à propriedade no domingo (20/6), pois estava de folga.
Na segunda-feira (21/6), ao chegar à chácara para trabalhar, Alain percebeu que faltava leite e pão na casa. Ele também identificou que Lázaro havia retornado para a chácara. O caseiro detalhou que, na terça-feira (22/6), observou que havia dois copos sujos na cozinha e percebeu que o foragido havia comido pão.
Em seu relato, Alain acrescentou que, no dia seguinte, sofreu ameaças de Lázaro: “Se você falar para alguém que eu estou aqui, eu vou pegar a sua família. Eu sei onde a sua família mora”, teria dito o maníaco, na ocasião.
Em seguida, de acordo com o testemunho do caseiro, o criminoso entrou na sede da chácara, pegou uma faca e um cabo com pedaço de cano envolto em uma borracha, e saiu.
Na quinta-feira (24/6), por volta das 6h30, Alain chegou para trabalhar de bicicleta e encontrou o patrão, Elmi, e o filho Gabriel. O caseiro afirma que foi mandado para o córrego, com a informação de que a bomba estaria estragada, mas não havia nada de errado com o equipamento. Para o empregado, a ordem serviu para afastá-lo da sede da chácara.
No mesmo dia, Alain viu Lázaro entrar correndo para se refugiar em um quarto, mas, antes, fez um sinal para que o funcionário deixasse o local. O caseiro encontrou policiais na propriedade e, por ter sido ameaçado de morte pelo foragido, confirmou que o criminoso estava na chácara. Depois que os agentes foram embora e, em seguida, um helicóptero sobrevoou a chácara, o foragido saiu do cômodo e foi até o córrego onde costuma se esconder.
Segundo Alain, Lázaro vestia apenas roupas pretas: camisa social, calça colada ao corpo, calçado (tênis ou bota) e um boné da marca Oakley.
Alain revelou que Elmi ajuda o maníaco na fuga. O patrão teria permitido que o foragido passasse as noites na sede da chácara e o alimentava desde quarta-feira. Nos últimos três dias, Elmi teria deixado as portas da chácara destrancadas, como se esperasse por Lázaro.
Uma carta supostamente escrita por Lázaro Barbosa, 32 anos, na qual ele se diz “ungido de Deus”, foi entregue à polícia de Goiás nesta sexta-feira (25/6). Extenso e com vários erros de português, o texto dá detalhes sobre a vida dele.
A redação contém inicialmente um pedido de desculpas aos parentes que sofreram com as ações dele. “Eu pesso (sic) perdão às famílias das vítimas”, teria escrito.
Em outro momento, Lázaro lembra da infância dele na Bahia. Ele diz que sofreu muito e trabalhava bastante para “ganhar 5 reais”. No texto, ele descreve o pai como ausente e chegava em casa constantemente bêbado.
Mais adiante, a suposta carta passa a dizer que a história de que ele tem ligações com rituais religiosos não procede. “Não fasso macuba (sic) temo ao meu Deus”.
Inclusive, Lázaro diz que não foi encontrado ainda por ajuda de Deus e diz que a polícia precisa mudar a mentalidade dela para pegá-lo. “Talvez assim Deus permita que vocês me pegem (sic)”.

