Por Simone Nascimento com Jornal do Tocantins e Gazeta do Cerrado
Caseara (TO) — Delvânia Campelo da Silva, de 50 anos, morreu na noite desta sexta-feira (11), no Hospital Geral de Palmas (HGP), após mais de 20 dias internada em estado grave. A dona de casa havia sido vítima de uma brutal agressão no dia 22 de março, em uma chácara na zona rural de Caseara, no oeste do Tocantins. O principal suspeito do crime é o então companheiro da vítima, o empresário e ex-vice-prefeito da cidade, Gilman Rodrigues da Silva, de 47 anos, que está preso preventivamente desde 3 de abril.


Delvânia foi atacada com golpes na cabeça e na nuca. Mesmo ferida, ela conseguiu pedir socorro por meio de uma mensagem enviada a um grupo de moradores da cidade via aplicativo de mensagens. O pedido desesperado foi essencial para que ela fosse localizada a tempo com vida. Um caseiro da propriedade a encontrou inconsciente e acionou imediatamente a Polícia Militar e o Samu, que a transportou para Palmas. Apesar dos esforços da equipe médica do HGP, Delvânia não resistiu aos ferimentos.
Inquérito concluído e indiciamento por feminicídio
Com a confirmação da morte, a Polícia Civil do Tocantins, por meio da 54ª Delegacia de Polícia de Caseara, concluiu o inquérito policial nesta sexta-feira. Segundo o delegado José Lucas Melo, responsável pela investigação, o inquérito que antes tratava o caso como tentativa de feminicídio foi convertido em feminicídio consumado.
“Assim que fomos informados sobre o fato, iniciamos os procedimentos investigativos e, em poucos dias, foi possível elucidar toda a dinâmica do crime, que teria sido praticado no contexto de violência doméstica, quando o indivíduo teria desferido repetidos golpes na cabeça da vítima, que sofreu ferimentos gravíssimos”, explicou o delegado.
Ainda segundo a autoridade policial, o indiciamento de Gilman Rodrigues foi formalizado após a coleta de provas e depoimentos que o apontam como autor do crime. A prisão preventiva foi solicitada e autorizada pelo Judiciário da Comarca de Araguacema, sendo cumprida no dia 3 de abril.
O inquérito foi agora remetido ao Poder Judiciário, com vistas ao Ministério Público, que deve apresentar denúncia formal nos próximos dias.
Governador do Tocantins lamenta o crime
O assassinato de Delvânia causou grande repercussão em todo o estado. O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, emitiu nota oficial de pesar na noite de sexta-feira, lamentando a tragédia e reforçando o compromisso do governo no combate à violência contra a mulher.

“Com imensa tristeza, recebi a notícia do falecimento de Delvânia Campelo da Silva. Vítima de feminicídio, Delvânia parte precocemente aos 50 anos, deixando não apenas as lembranças da mulher forte que era, mas também a urgente necessidade de agirmos com ainda mais firmeza pela segurança das mulheres tocantinenses”, escreveu o governador.
“Desde o início deste caso brutal, determinei todas as providências, tanto por parte da equipe multidisciplinar que a atendeu no Hospital Geral de Palmas, como da Polícia Civil para a apuração do crime e punição do culpado por parte da Justiça.”
“Neste momento de profundo pesar, me solidarizo com amigos, familiares e reafirmo meu compromisso no combate à violência contra a mulher. Que Deus possa consolar o coração de todos que sofrem com essa imensa perda.”
Repercussão e mobilização social
Delvânia era uma figura conhecida na comunidade de Caseara, onde vivia com os filhos. Sua morte gerou comoção entre moradores, organizações sociais e autoridades. O velório está previsto para ocorrer neste sábado (12), em Caseara, com grande mobilização popular.
Entidades como a ONG Mulheres de Luta publicaram notas exigindo justiça e ações estruturadas de combate à violência doméstica. “Não podemos aceitar que mais uma mulher tenha sua vida ceifada dessa forma. É preciso mais agilidade, proteção e acolhimento. Esse crime não pode cair no esquecimento”, afirmou a instituição.
Segundo dados da Secretaria da Segurança Pública do Tocantins, casos de violência contra a mulher continuam crescendo no estado, sobretudo nas zonas rurais, onde o acesso à rede de proteção é mais limitado.
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