Ocorrência em Canabrava do Norte termina com vítima ferida e prisão por lesão corporal
Um caso de violência doméstica mobilizou a Polícia Militar na noite desta sexta-feira (12) as 21:25 em Canabrava do Norte, no nordeste de Mato Grosso. Um homem identificado como G.L.B. deu entrada no pronto-socorro municipal com diversos ferimentos causados por arma branca. Após declarações da própria vítima, a companheira dele, M.D.J.S., foi presa em flagrante por lesão corporal.
O atendimento foi iniciado por volta das 20h, quando a PM foi acionada por uma profissional da saúde de plantão, relatando o ingresso de um paciente ferido por faca. A equipe da guarnição deslocou-se até a unidade e ouviu a versão inicial da companheira do homem, que apresentou versões conflitantes sobre o ocorrido.
Versões contraditórias dificultaram os primeiros esclarecimentos
A mulher afirmou inicialmente que o casal foi atacado por um homem escondido em uma moita nas proximidades da residência onde moravam, há apenas oito dias. Segundo ela, o agressor teria surgido repentinamente e golpeado G.L.B., fugindo em seguida. Logo depois, apresentou uma nova versão, dizendo que havia uma mulher no local, de nome “Reovania”, que teria ido até a casa entregar um recado sobre um trabalho, mas negou que ela tivesse permanecido no local.
A narrativa mudou novamente diante dos questionamentos feitos pelos tios da vítima. M.D.J.S. então declarou que não havia ninguém além dela e da vítima no momento da agressão. Em seguida, voltou a falar em um suposto agressor escondido, com quem teria entrado em luta corporal, mas alegou não ter conseguido ver o rosto por conta da escuridão do local.
A equipe da PM, ao inspecionar o local informado, encontrou vestígios de sangue em uma área bem iluminada, contradizendo a alegação de pouca visibilidade.
Vítima confirma agressão e mulher é detida
Após o atendimento médico, G.L.B., ainda consciente, prestou depoimento informal à polícia e confirmou ter sido esfaqueado pela própria companheira. A declaração foi feita na presença dos tios, da equipe médica e dos policiais que atenderam à ocorrência. “Foi briga de casal, foi minha esposa que me furou”, disse a vítima, de forma direta.
Diante da confissão da vítima, os policiais deram voz de prisão a M.D.J.S., que resistiu à detenção, gritando que “não ia” e que “não ia contar a verdade para esses policiais de merda”. A suspeita estava exaltada e agressiva, sendo necessário o uso de algemas para garantir a segurança da equipe e dela própria.
Ela apresentava hematomas na região da sobrancelha esquerda e estava com as roupas sujas de sangue, o que reforça os indícios da participação direta na agressão.
Ferimentos exigem cirurgia de urgência
O laudo médico apontou diversas lesões na vítima, incluindo: corte no braço esquerdo; ferimento no lado esquerdo do tórax; lesão profunda no abdômen inferior, com risco de comprometimento da cavidade abdominal; ferimento na coxa esquerda.
Diante da gravidade dos ferimentos, G.L.B. foi transferido com urgência para o hospital de referência em Confresa, onde passou por cirurgia.
Ocorrência foi registrada e segue sob investigação
A ocorrência foi devidamente registrada e a suspeita encaminhada à delegacia local. O caso é tratado como lesão corporal grave no âmbito da Lei Maria da Penha. A Polícia Civil deve aprofundar a investigação para esclarecer os detalhes da motivação e as circunstâncias da agressão.
O episódio reacende o alerta para casos de violência doméstica, que muitas vezes se desenvolvem de maneira silenciosa até atingirem níveis extremos.
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