sexta-feira, maio 9, 2025

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Crimes virtuais disparam e atingem vítimas de todas as idades no Brasil

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Golpistas usam tecnologias sofisticadas e exploram vulnerabilidades emocionais

Golpes virtuais disparam no Brasil e atingem todas as idades com uso de deepfake, engenharia social e fraude via PIX, alerta o Senado.

Por Simone Nascimento com Agência Senado

O Brasil tem enfrentado uma crescente onda de crimes cibernéticos que não poupa ninguém: de jovens altamente conectados a idosos com pouca familiaridade com o ambiente digital. Os golpes virtuais têm se multiplicado com velocidade e sofisticação, refletindo um cenário alarmante que exige ação coordenada entre órgãos públicos, empresas e a própria população.

O alerta partiu da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, que promoveu na quarta-feira (17) uma audiência pública para discutir o avanço dessas práticas criminosas no ambiente virtual. Especialistas, representantes de órgãos de defesa do consumidor e autoridades se reuniram para debater os impactos desses golpes, que têm causado prejuízos financeiros e emocionais significativos em todo o país.

Perfis variados, vítimas em comum

Embora os crimes virtuais costumem ser associados a idosos — por conta de sua maior vulnerabilidade digital — os dados mais recentes mostram que os golpes afetam todas as faixas etárias. A professora da Universidade de Brasília (UnB), Vanessa Vieira, doutora em Psicologia e pesquisadora em segurança digital, destacou que o fator emocional é o principal elo de conexão entre os casos, independentemente da idade da vítima.

“Não é apenas falta de conhecimento. Os golpistas atuam com base em fragilidades emocionais. Eles geram um estado de urgência, pressionam, fazem as pessoas agirem sem refletir. Isso independe da idade”, afirmou Vanessa durante a audiência.

Essa análise é corroborada por relatos de vítimas que, mesmo familiarizadas com o uso de aplicativos e plataformas digitais, acabam cedendo a abordagens bem elaboradas. Segundo os especialistas, os golpistas utilizam engenharia social — técnica que explora comportamentos e reações humanas — para manipular as vítimas.

Golpes se sofisticam com inteligência artificial

Um dos aspectos mais alarmantes abordados na audiência foi o uso crescente da inteligência artificial para aprimorar os golpes. Entre os exemplos citados está o uso de deepfakes — vídeos ou áudios manipulados com tecnologia avançada — que simulam com perfeição a voz ou o rosto de pessoas próximas da vítima. Essa tática tem sido utilizada para aplicar o chamado “golpe do parente”, em que criminosos se passam por familiares em situação de emergência.

A presidente do Instituto Brasileiro de Cibersegurança (IBC), Natália Sanches, relatou que há casos em que a vítima recebe uma chamada de vídeo com imagem e voz aparentemente autênticas de um parente, solicitando transferências urgentes via PIX. “É uma manipulação emocional de altíssimo nível. A tecnologia está sendo usada para enganar com uma verossimilhança nunca antes vista”, alertou.

PIX vira ferramenta frequente em fraudes

Desde que foi implementado, o sistema de pagamentos instantâneos PIX tem facilitado a vida dos brasileiros, mas também se tornou um dos principais instrumentos utilizados por golpistas. Relatos de fraudes envolvendo transferências indevidas se multiplicam, e a facilidade com que o dinheiro é movimentado dificulta o rastreamento das operações.

Para Vanessa Vieira, o problema não está no sistema em si, mas na ausência de medidas de proteção e na falta de preparo dos usuários para lidar com situações de estresse. “Os bancos e aplicativos precisam criar barreiras inteligentes que ajudem a identificar comportamentos atípicos. Não é possível que uma pessoa transfira R$ 50 mil em minutos sem que haja algum alerta de segurança mais efetivo”, criticou.

Avanços legislativos e educação digital

Diante do avanço dos crimes, parlamentares têm se mobilizado para buscar soluções legislativas. Um dos projetos em análise no Congresso propõe a criação de um sistema nacional de notificação de fraudes virtuais, integrado entre bancos, operadoras e órgãos públicos.

O senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH e responsável pela audiência, defendeu a urgência de políticas públicas que articulem prevenção, proteção e educação. “Estamos lidando com um novo tipo de violência. Precisamos preparar a população, mas também pressionar as instituições para que cumpram seu papel de defesa”, declarou.

Além da legislação, especialistas defenderam a criação de programas de letramento digital voltados especialmente para o público idoso e para populações vulneráveis. A ideia é capacitar essas pessoas para identificar tentativas de fraude e adotar hábitos de navegação mais seguros.

Responsabilidade compartilhada

Um dos consensos entre os participantes da audiência foi a necessidade de atuação conjunta. Governos, empresas de tecnologia, instituições financeiras e sociedade civil devem dividir responsabilidades. “Não adianta jogar tudo nas costas do usuário. A internet é um espaço coletivo e deve ser tratada como tal, com regras, proteção e educação”, concluiu Natália Sanches.

A expectativa é que o relatório da audiência pública contribua para aprimorar projetos em tramitação e incentive ações mais enérgicas contra o cibercrime. Enquanto isso, a recomendação é redobrar os cuidados, desconfiar de situações urgentes e buscar sempre confirmar a veracidade de mensagens e pedidos recebidos.

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