Por Simone Nascimento com Correio Braziliense
Um estudo recente publicado no Journal of the American College of Cardiology revelou dados alarmantes sobre os riscos cardiovasculares associados ao uso de cannabis, especialmente entre adultos jovens. A pesquisa aponta que usuários da substância com menos de 50 anos têm uma probabilidade significativamente maior de sofrer eventos cardíacos graves em comparação aos não usuários.
Principais descobertas do estudo
O estudo analisou registros médicos de mais de 4,6 milhões de pessoas e descobriu que usuários de cannabis com menos de 50 anos são:
- Seis vezes mais propensos a sofrer um ataque cardíaco em comparação aos não usuários.
- Quatro vezes mais propensos a sofrer um acidente vascular cerebral isquêmico.
- Duas vezes mais propensos a desenvolver insuficiência cardíaca.
- Três vezes mais propensos a morrer por causas cardiovasculares ou acidente vascular cerebral.
Esses dados destacam uma relação preocupante entre o uso de cannabis e a saúde cardiovascular em uma população que, de outra forma, seria considerada de baixo risco.
Análise abrangente corrobora os resultados
Além do estudo principal, uma meta-análise — a maior já realizada sobre o tema — avaliou 12 estudos anteriores, totalizando dados de mais de 75 milhões de pessoas. Os resultados mostraram que usuários de cannabis têm um risco 50% maior de sofrer um ataque cardíaco em relação aos não usuários. Sete dos 12 estudos incluídos encontraram uma associação significativa entre o uso da substância e a incidência de ataques cardíacos em usuários com média de 41 anos.
Mecanismos possíveis e implicações para a saúde
Embora os mecanismos exatos pelos quais a cannabis afeta o sistema cardiovascular ainda não sejam totalmente compreendidos, os pesquisadores sugerem algumas hipóteses:
- Regulação do ritmo cardíaco: A cannabis pode interferir na regulação do ritmo cardíaco, aumentando o risco de arritmias.
- Demanda de oxigênio: O uso da substância pode elevar a demanda de oxigênio pelo músculo cardíaco, sobrecarregando o coração.
- Disfunção endotelial: A cannabis pode contribuir para a disfunção endotelial, condição que prejudica a capacidade dos vasos sanguíneos de relaxar e se expandir, comprometendo o fluxo sanguíneo adequado.
Essas alterações fisiológicas podem aumentar significativamente o risco de eventos cardiovasculares graves, especialmente em usuários frequentes.
Considerações finais e recomendações
Diante desses achados, é crucial que profissionais de saúde considerem o uso de cannabis ao avaliar o risco cardiovascular de seus pacientes, especialmente entre os mais jovens. Além disso, campanhas de conscientização sobre os potenciais riscos do uso de cannabis devem ser intensificadas, visando informar a população sobre as possíveis consequências para a saúde cardíaca.
Embora a cannabis seja frequentemente percebida como uma substância inofensiva, este estudo destaca a necessidade de uma reavaliação dessa visão, especialmente no que diz respeito à saúde cardiovascular.
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