Por Simone Nascimento
O sistema prisional de Mato Grosso, já cronicamente fragilizado, enfrenta uma nova tempestade: o fechamento dos chamados “mercadinhos” dentro das unidades prisionais em até 60 dias. A decisão, foi anunciada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT). A medida busca moralizar e reorganizar o abastecimento interno, eliminando privilégios, combatendo a entrada de ilícitos e padronizando a alimentação nas unidades.
O Fim dos mercadinhos
Os “mercadinhos” funcionavam como pequenas cantinas internas, onde familiares podiam abastecer os detentos com alimentos e itens básicos, reduzindo a dependência das refeições fornecidas pelo Estado. O fechamento, segundo a Sesp, visa eliminar privilégios, combater a entrada de ilícitos e padronizar a alimentação dentro das unidades.
Especialistas em segurança pública apontam que o fechamento dos mercadinhos pode ser um passo necessário no combate ao crime, mas reforçam que sem um plano eficaz para garantir alimentação adequada, o caos tende a aumentar.
SESP promete implementar o sistema de alimentação
A Sesp promete implementar um sistema de alimentação 100% controlado pelo Estado, garantindo a qualidade e a regularidade das refeições. Contudo, não há detalhes sobre como isso será feito em um prazo tão curto e com um histórico de falhas logísticas.
O crime organizado, como sempre, aguarda a próxima oportunidade para ocupar o espaço deixado pela ausência estatal.
Em uma matéria anterior publicada pelo site GN Comunicação e Notícias, o desembargador Orlando Perri já havia alertado sobre a situação de miséria nas unidades prisionais, destacando a fragilidade do sistema e o risco de fortalecimento das facções criminosas diante da fome e da falta de estrutura.
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Resta saber se o fechamento dos mercadinhos será o início de uma reorganização necessária ou mais um capítulo da tragédia anunciada no sistema prisional mato-grossense.
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