A Polícia Civil deflagrou a Operação Improbos nesta manhã para desarticular um esquema de desvio de verbas públicas e corrupção dentro da Prefeitura Municipal de São Félix do Araguaia.
A operação teve o objetivo de cumprir três mandados de prisão e busca e apreensão, abrangendo as residências dos investigados e os setores administrativos do local de trabalho, com o objetivo de coletar provas que confirmem as atividades ilícitas. Um quarto investigado, que também é servidor da Prefeitura, encontra-se preso pelo cometimento de crime de tráfico de drogas, teve nova prisão preventiva decretada e vai responder por esses novos crimes.
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O Esquema
As investigações apontam que o esquema envolvia três servidores municipais identificados pelas iniciais M.J., W.R.D. e E.A.S., que desempenhavam funções estratégicas dentro da Prefeitura. Cada um possuía um papel bem definido no desvio dos recursos públicos:
M.J. era o principal articulador e centralizador dos valores desviados. Utilizando sua posição privilegiada como responsável pelo controle financeiro, ele facilitava o repasse dos recursos para credores selecionados, garantindo que os pagamentos ilícitos fossem efetuados sem levantar suspeitas. Além disso, M.J. intermediava o pagamento de créditos de forma irregular, cobrando comissões em troca da liberação dos valores.
W.R.D. atuava como intermediário, recebendo os valores desviados e redistribuindo-os entre os demais envolvidos. Sua função era ocultar a origem dos recursos e assegurar que as quantias fossem repassadas conforme as orientações de M.J., garantindo que todos os elos do esquema fossem remunerados de acordo com suas participações.
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E.A.S. utilizava um conjunto de empresas de fachada para simular a prestação de serviços e a venda de materiais à Prefeitura. Essas empresas, registradas em nome de terceiros ou laranjas, emitiam notas fiscais fictícias e formalizavam contratos fraudulentos para justificar o recebimento dos valores desviados. Dessa forma, o grupo conseguia dar uma aparência de legalidade às transações ilícitas.
Esquema de Facilitação para Credores
Outra prática adotada pelo grupo era a facilitação de pagamento a credores que tinham dificuldades para receber seus empenhos junto ao município. M.J. e W.R.D., valendo-se de suas funções, cobravam comissões indevidas para acelerar a liberação dos pagamentos, utilizando sua influência dentro da Prefeitura para garantir que os recursos fossem repassados a esses credores mediante uma taxa de retorno. Essa prática, além de desviar os recursos, comprometia a lisura do processo de pagamentos e favorecia empresas que aceitavam participar do esquema.
Cumprimento dos Mandados
Durante as buscas, foram apreendidos documentos, dispositivos eletrônicos e registros contábeis, que serão periciados para comprovar a dinâmica do esquema e identificar outros possíveis participantes. A ação foi coordenada de forma simultânea, a fim de evitar a destruição de provas e garantir a captura dos envolvidos, sendo que um investigado ainda não se apresentou e é considerado foragido da justiça. O montante dos valores desviados serão apurados após o resultado da quebra do sigilo bancário e relatório de investigação.
Próximos Passos
Com a operação, a Polícia Civil espera desarticular completamente a estrutura do esquema de corrupção na Prefeitura e assegurar que os valores desviados possam ser rastreados e recuperados. Os investigados permanecem à disposição da justiça, e a análise dos materiais apreendidos poderá revelar novos desdobramentos nas próximas semanas.
Para o Delegado Ivan Albuquerque Soares, a Operação Improbos representa um esforço contínuo das autoridades em combater práticas ilícitas e assegurar que o patrimônio público seja utilizado de maneira correta e transparente, em benefício da população.
Via: SBT Confresa