Histórico de calor no país mostra que muitas temperaturas extremas ocorreram em outubro — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Regiões produtoras de grãos podem enfrentar falta de umidade no solo, atrasando os plantios
Depois da forte onda de calor da segunda quinzena de setembro, há uma grande expectativa do que poderá vir em outubro, já que este é mês tipicamente de picos de temperatura no Brasil.
O histórico de calor no país mostra que muitas temperaturas extremas ocorreram em outubro. O mais recente e melhor exemplo é a onda de calor histórica que o Brasil viveu na primavera de 2020.
Segundo a Climatempo, oito das 15 maiores temperaturas registradas no Brasil ocorreram em outubro de 2020. Antes da intensa onda de calor da primavera de 2020, as maiores temperaturas no Brasil eram no patamar de 43°C. Depois dela, o dígito mudou para 44°C.
El Niño
Durante o mês de outubro de 2023, o El Niño continuará influenciando o clima global e o Brasil. Este evento já é considerado forte e o fenômeno vai atuar durante toda a primavera de 2023 e o verão de 2023/2024. Os principais centros de monitoramento do clima global apontam que o El Niño enfraqueça somente durante o outono de 2024.
Dois efeitos marcantes do El Niño em outubro serão o aumento da chuva sobre a Região Sul e o reforço das condições de diminuição da chuva sobre o Norte e o Nordeste do país.
Os dois aspectos são bastante preocupantes diante dos volumes recordes de chuva que aconteceram durante o inverno no Rio Grande do Sul e da situação já dramática que começa a se desenhar sobre o Amazonas e outros estados da Região Norte, com vários rios importantes com níveis abaixo do que seria o normal para essa época do ano.

Efeitos na safra
O prognóstico climático do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para outubro e seu possível impacto agrícola para as diferentes regiões produtoras indica que em áreas do Matopiba (região que engloba partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), a falta de chuva vai manter baixos níveis de água no solo, levando a um possível atraso na semeadura dos cultivos de primeira safra.
Já em áreas do Sealba (que inclui os estados de Sergipe, Alagoas e nordeste da Bahia), a redução do armazenamento de água no solo poderá causar restrição hídrica aos cultivos de terceira safra que se encontram em fases fenológicas mais sensíveis, porém, favorecerá as operações de colheita.
Em grande parte do Brasil Central, os níveis de água no solo ainda podem continuar baixos, o que poderá favorecer a finalização da safra de grãos 2022/23. A irregularidade da chuva na faixa que se estende desde o Mato Grosso até o Espírito Santo manterá a umidade no solo baixa, afetando a semeadura e o início do desenvolvimento dos cultivos de primeira safra. No entanto, em áreas de Mato Grosso do Sul, São Paulo e sul de Minas Gerais, a umidade no solo será suficiente para atender as fases iniciais da safra 2023/24.
Na Região Sul, os níveis de água no solo podem continuar elevados e beneficiar os cultivos de inverno em enchimento de grãos e maturação, além das fases iniciais dos cultivos de primeira safra. Porém, em algumas áreas afetadas pelo excesso de chuva pode haver excedente hídrico, impactando a colheita dos cultivos de inverno, além de favorecer a incidência de doenças fúngicas e impedir o avanço da semeadura dos cultivos de primeira safra.

Temperatura
Segundo o Inmet, a previsão indica que as temperaturas médias devem ficar acima da média em grande parte do País, principalmente em áreas de Mato Grosso, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí e oeste da Bahia, onde os valores podem superar 29ºC.
Em algumas localidades do sul de Mato Grosso do Sul e parte da Região Sul, são previstas temperaturas próximas ou ligeiramente abaixo da média. A ocorrência de dias consecutivos com chuva nessas áreas poderá amenizar as temperaturas, chegando a valores inferiores a 20°C.
Em áreas de maior altitude dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, as temperaturas podem ser inferiores a 16ºC, sendo atribuídas aos dias consecutivos com chuva e, também, devido às incursões de massas de ar frio que ainda chegam, com menor intensidade, e provocam decréscimo das temperaturas em alguns dias.
Sul
A previsão da Climatempo é de que os volumes de chuva em todo o Rio Grande do Sul e na maioria das áreas de Santa Catarina fiquem acima da média.
No oeste de Santa Catarina e no estado do Paraná, as precipitações devem ficar um pouco acima da média.
Eventos de temporais com ventos fortes e queda de granizo são muito comuns durante a primavera no Sul do Brasil e poderão ocorrer ao longo do mês de outubro.
Centro-Oeste
As precipitações devem ficar um pouco abaixo da média em todo o estado de Goiás, no Distrito Federal, em praticamente todas as áreas de Mato Grosso e também no norte e oeste de Mato Grosso do Sul, abrangendo todo o Pantanal.
Apenas a parte centro, sul e leste de Mato Grosso do Sul deve receber precipitações dentro da normalidade, onde as pancadas de chuva serão mais frequentes.
Via: GR
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