quinta-feira, maio 8, 2025

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Encontro ‘Chamado do Raoni’ em aldeia em São José do Xingu reúne ceca de 800 indígenas entre os dias 25 a 28 e discute questões das comunidades tradicionais

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Primeiro dia de evento indígena reúne mais de 800 pessoas em MT. Foto: Kamikia Kisedje/Instituto Raoni

Primeiras delegações indígenas chegaram nesta segunda-feira (24) para discutir questões essenciais aos povos originários, como marco temporal e as mudanças climáticas

Mais de 800 indígenas se reuniram na aldeia Piaraçu, nesta segunda-feira (24), atendendo ao chamado do Cacique Raoni Metuktire, em São José do Xingu, a 931 km de Cuiabá.

O encontro reúne diferentes povos para discutir questões essenciais às comunidades tradicionais, como marco temporal e as mudanças climáticas.

O evento segue com atividades culturais e encontros temáticos até sexta-feira (28).

Na abertura do encontro, o Cacique Raoni relembrou a luta pela demarcação da Terra Indígena Capoto Jarina, onde está localizada a aldeia Piaraçu no estado.

A lembrança da luta das lideranças também norteou a fala das demais lideranças que sentaram ao lado de Raoni para discursar no evento.

As lideranças Bemoro Metuktire, o cacique Puiu Txucarramãe, Yabuti, Bepdjai Metikure, Koti Metikure, também compartilharam o palanque.

Defesa da Terra

Atenderam ao chamado do cacique e devem participar da reunião o xamã Davi Kopenawa, liderança dos Yanomami, que vivem na fronteira entre Brasil e Venezuela; Francisco Piyãko, líder do povo Ashaninka, no Acre; Ailton Krenak, filósofo, professor, escritor, poeta, ambientalista e líder ativista da causa dos povos originários; e da líder Célia Xakriabá, a primeira deputada federal indígena eleita por Minas Gerais. Uma comitiva dos indígenas Xokleng, de Santa Catarina, também está confirmada.

O “Chamado do Cacique Raoni” promete reunir também a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e os presidentes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Joênia Wapichana e Rodrigo Agostinho, respectivamente. O presidente Lula e a primeira-dama Janja da Silva também foram convidados, porém, o presidente cancelou o encontro com o cacique e demais lideranças para realizar um procedimento no quadril nesta quarta-feira (26).

O Cacique Raoni enviou uma mensagem para o presidente Lula. Em nota, a equipe da presidência informou que Lula passou por um procedimento de saúde nesta semana, o que não permitiu a ele participar do encontro, mas que “o compromisso do presidente com o combate à grilagem e a garantia de territórios foi feito várias vezes durante a campanha, depois da eleição e da posse”.

Confira a mensagem completa de Raoni ao presidente Lula:

“Lula, meu caro amigo.

Conversei com você pessoalmente e convidei você em Brasília para comparecer nesse encontro. Ouça-me, aqui já estão todas as lideranças aguardando a sua chegada, eu peço que venha logo! Para que nós possamos conversar com todos, eu e você vamos ajudar meus parentes. Vamos ajudar todos os parentes. Acredito em você.

Você me disse que nós conversaríamos sobre as terras que não foram demarcados, eu não esqueci isso. Que você venha logo no meu encontro, para que todos se alegrem com sua chegada. Eu não sou criança, nós somos da mesma geração, somos adultos, antes que fiquemos velhos demais precisamos conversar sobre as terras indígenas para os parentes viverem em paz nas suas terras, para que garimpeiros e madeireiros não invadam as terras indígenas, é nisso que eu acredito! Por isso você tem que vir. essa é minha mensagem pra você.”

Programação

Esse é o segundo encontro realizado na história do povo indígena em Mato Grosso. A primeira edição foi em janeiro de 2020, antes da pandemia. Dela, saiu uma carta de compromisso das lideranças, o “Manifesto do Piaraçu”. O evento deste ano deverá gerar um novo documento.

Os três primeiros dias serão abertos apenas para as lideranças indígenas convidadas. A agenda deve iniciar no dia 24 com apresentações do povo Mebengôkre, seguidas de uma roda de conversa sobre o conhecimento histórico e político do movimento indígena e estratégias de luta para as futuras gerações.

Dia 25:

  • Discussão sobre impactos e empreendimentos: os desafios e avanços para defesa territorial e ambiental das terras indígenas;
  • Medidas urgentes para combater as mudanças climáticas;
  • Crenças e espiritualidade dos povos indígenas

Dia 26:

  • Elaboração do plano de implementação das demandas indígenas e votação para escolha dos representantes indígenas que formarão o “Comitê Indígena”;
  • Apresentação das futuras lideranças por Raoni e outras lideranças mais velhas;
  • Encerramento do Encontro com as lideranças indígenas e leitura do documento para os participantes a ser entregue aos representantes governamentais;

Para os dois últimos dias de evento, 27 e 28, o encontro será aberto para lideranças não indígenas e imprensa convidada. Confira a programação abaixo:

Dia 27:

  • Apresentação dos objetivos do encontro, agradecimento à equipe técnica e dos convidados;
  • Coletiva de imprensa com Raoni Metuktire, Megaron Txucarramãe, Almir Suruí, Davi Kopenawa Yanomami, Alessandra Munduruku e Ailton Krenak;
  • Estratégias de luta para as futuras gerações;
  • Força, luta e resistência: o protagonismo das mulheres indígenas;
  • Jantar em Homenagem ao Cacique Raoni.

Dia 28:

  • Tema: Território e Resistência
  • Estratégias contra o Marco Temporal
  • O papel das organizações da coordenação e seus doadores

Quem é Raoni

Lula e Cacique Raoni caminham após o presidente receber a faixa presidencial — Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

O cacique Raoni Metuktire, de 90 anos, foi um dos convidados para subir a rampa do Palácio do Planalto durante a cerimônia de posse do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), no dia 1º de janeiro deste ano.

Raoni é um dos líderes da articulação dos indígenas em defesa dos direitos dos povos originários. Em 1989, ele teve um encontro histórico com o cantor Sting, durante o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em Altamira (PA).

Em novembro de 2012, o cacique foi recebido pelo então presidente da França, François Hollande, no Palácio do Eliseu. Na ocasião, o cacique pedia a preservação da Amazônia e dos povos que vivem na região.

Quando ficou internado com Covid-19, ele recebeu a visita de um bispo em nome do Papa Francisco.

Via: G1

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