Ao todo, 16 pessoas devem cumprir as penas em regime inicialmente fechado. Dois réus foram condenados a penas no regime semiaberto e três, no regime aberto
Em decisão publicada no Diário de Justiça desta terça-feira (7) a juíza Ana Cristina Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou 21 pessoas, sendo 10 delas investigadores de polícia, à prisão por crimes cometidos no âmbito da Operação Renegados, que desarticulou uma organização criminosa composta, dentre outros membros, por policiais civis e militares, além de informantes, entre os policiais condenados esta o policial civil Dhiego de Matos Ribas, que já atuou na região do Araguaia mais especificamente em Vila Rica.
A sentença, que acumula mais de 560 páginas, foi assinada na última sexta-feira (3).

Na época da prisão, Dhiego de Matos Ribas estava atuando na delegacia do Coxipó, em Cuiabá. Ele seria o responsável por pensar as ações realizadas com uso do aparato policial para crimes de concussão, corrupção, peculato, roubo e tráfico e foi condenado a 13 anos e 10 meses de reclusão. A condenação com o trânsito em julgado acarretou, também, a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público por oito anos subsequentes ao cumprimento da pena para todos os agentes policiais envolvidos.
Os elementos informativos e provas colhidos demonstraram que a organização criminosa era comandada por policial da ativa, que se utilizava de técnicas de investigação com o uso de equipamentos da Polícia Judiciária Civil, além da facilidade de ser chefe de operação de uma delegacia da Capital, para facilitar e encobrir as ações criminosas do grupo. Ações essas que envolvem a prática de crimes graves como concussão, corrupção, peculato, roubo e tráfico.
Além de Dhiego de Matos Ribas, foram condenados os investigadores da Polícia Civil: Edilson Antônio da Silva, Alan Cantuário Rodrigue, Júlio César de Proença, Paulo da Silva Brito, Rogério da Costa Ribeiro, André Luís Haack Kley, Frederico Eduardo de Oliveira Gruszczynski, Raimundo Gonçalves Queiroz e Evanir Silva Costa.
A juíza também condenou outros membro da quadrilha sendo eles: Hairton Borges Júnior, vulgo “Borjão”; Daniel de Paula Melo; Ananias Santana da Silva, vulgo “Negão”; Domingos Sávio Alberto de Sant’ana; Natália Regina Assis da Silva, vulgo “Nati Assis”; Manoel José De Campos, vulgo “J Campos”; Kelle de Arruda Santos, vulgo “Kelinha”; Jovanildo Augusto da Silva; Genivaldo de Souza Machado, vulgo “Tamborim”; Delisflásio Cardoso Bezerra da Silva, vulgo “Flasininho”; e Sandro Victor Teixeira Silva, vulgo “Sandro Louco”.

TRAMITAÇÃO
A Operação Renegados foi deflagrada em maio de 2021, ocasião em que diversos policiais tiveram cumpridos mandados de prisão preventiva. De acordo com a denúncia do Ministério Público, as investigações começaram depois que uma vítima denunciou à Corregedoria Geral da Polícia Civil que seis policiais civis exigiram dinheiro para não prendê-la.
À época, o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) foi informado de que os agentes teriam cobrado R$ 30 mil do denunciante para que não efetuassem a prisão em flagrante delito, sob acusação de tráfico de drogas.
Em dezembro de 2021 o poder Judiciário começou a ouvir os réus e as testemunhas do caso. Mais de 100 pessoas foram ouvidas antes da prolação da sentença, na última sexta-feira.
Via: Eldorado FM e Hnt