Lista pública da difusão vermelha da organização mundial de polícia criminal tem 118 brasileiros. Metade é acusada por crimes hediondos
A lista pública da difusão vermelha da Interpol tem, atualmente, 118 brasileiros procurados pelo mundo afora, que podem ser presos, por qualquer força policial, independentemente do país que estejam.
Veja a lista, em ordem alfabética, os responsáveis pelos crimes de maior repercussão nacional ou internacional na lista da organização. A Interpol, parceira de 190 nações, não faz ordem de importância por criminoso.
Na lista completa de criminosos brasileiros marcados na Interpol, há 13 mulheres e 105 homens, de 22 a 73 anos, autores dos mais diversos delitos, que vão de crimes financeiros a homicídios qualificados. Metade dos 118 acusados responde por crimes hediondos previstos na Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990.
O levantamento mostra que a maioria dos brasileiros procurados são acusados de homicídio qualificado (26 criminosos), seguido por homicídio (18), tráfico de drogas (17) e tráfico internacional de drogas (15). O estado de nascimento dos fugitivos que figura no topo do ranking é o Rio Grande do Sul (com 22 bandidos). Na sequência, vêm Mato Grosso do Sul (15), Paraná (14) e São Paulo (13).

“As difusões vermelhas são emitidas contra os fugitivos que têm mandado de prisão e não foram localizados. Eles podem estar sendo processados ou já terem sido condenados e precisam cumprir a sentença. A proposta é de que todas as agências conveniadas à organização localizem o foragido e façam a prisão provisória para, caso esteja fora do Brasil, possibilitar o envio do pedido de extradição”, explica o advogado Yuri Sahione, especializado em direto penal internacional.
Destaque na lista para Carlos Ghosn, ex-diretor executivo das montadoras Nissan, Renault e Mitsubishi, nascido em Guajará-Mirim, Rondônia, que também tem cidadania francesa e libanesa, e é acusado de fraude fiscal no Japão.
Após mais de 100 dias de prisão, em abril de 2019, Ghosn foi libertado sob fiança de 1 bilhão de ienes (cerca de US$ 9 milhões), mas acabou sendo preso novamente um mês depois. Após três semanas, foi solto e passou a cumprir prisão domiciliar sob condições rigorosas de segurança.
Meses depois, o empresário empreendeu uma fuga espetacular, refugiou-se no Líbano – que não tem tratado de extradição com o Japão – e fez um comunicado à imprensa: “Eu não estou fugindo da Justiça. Escapei de uma perseguição injusta e política”, disse à época.
Via: Metrópoles