Gilberto Figueiredo destacou que ocupação de leitos de UTI volta a preocupar no Estado
O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, admitiu na manhã desta terça-feira (25), em entrevista à Rádio Vila Real (Cuiabá), que novas medidas de restrições contra a Covid-19 podem ser adotadas em Mato Grosso diante do aumento de casos de Covid-19. Nos últimos dias, a ocupação de UTIs subiu de forma impressionante.
Segundo boletim da Secretaria de Saúde, está na casa dos 87%. “Nós temos uma matriz de classificação risco e, de acordo com os indicadores, ela sugere aos gestores municipais a adoção de novas medidas. Nós já começamos a verificar que alguns municípios começaram a tomar decisões de restrições por força dos indicadores. Então, é muito provável que com o crescimento nas taxas de ocupação dos leitos de UTI, haja a necessidade em um futuro muito breve de serem adotadas novas medidas de contenção”, explicou o secretário.
Nos últimos dias, os municípios de Tangará da Serra e Sorriso adotaram medidas mais restritivas. Entre elas, está o toque de recolher, entre 23h00 e 5h00 da manhã.
O secretário colocou que os municípios têm liberdade para adotar as restrições, mas o Estado também pode adotá-las caso seja necessário. Figueiredo ressalta que enquanto não houver vacina para toda a população, as medidas de restrições devem ser controladas de acordo com a capacidade de assistência hospitalar.
Atualmente, a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está em 87,43% para UTIs adulto e em 38% para enfermarias adulto. “Nós tivemos momentos difíceis em que ficamos alguns dias sem leito de UTI. Estamos agora com 87% de ocupação novamente. Então a gente precisa sim se preocupar com esses aspectos”, afirmou.
Ainda segundo o secretário, o Centro de Triagem, localizado na Arena Pantanal, não deve ser desativado devido ao aumento de casos. “Quando eu citei esse fato, analisava um painel epidemiológico diferente. Agora, começando a sinalizar o crescimento, logicamente nós seremos prudentes e não iremos paralisar as atividades na Arena que é um grande serviço prestado à população. Também percebemos que a rede pública municipal ainda não se preparou para fazer aquilo que seria sua obrigação”, concluiu.
VOLTA ÀS AULAS
Em relação à volta às aulas, Figueiredo declara que existe um protocolo elaborado pelo Governo do Estado, em conjunto com a Secretaria de Saúde e Secretaria de Educação, para o retorno das atividades presenciais nas escolas estaduais de forma híbrida. “Nós temos um governo harmônico. Tenho uma ótima relação com o secretário de Educação e essas decisões são tomadas em conjunto. O que existe é uma recomendação, um protocolo sanitário estabelecido para que isso aconteça. Agora, quem garante se isso está em condições de atender é o secretário de Educação. Eu sou responsável pela gestão das unidades hospitalares, não sou responsável por assegurar que escola ‘x’ ou ‘y’ vá atender aos requisitos estabelecidos. Com a luz da garantia de que ele vá adotar essas medidas sanitárias, pode-se voltar sim de forma híbrida, assim como a rede privada voltou. Agora, se você chegar em uma escola e não tiver álcool para higienizar as mãos, as crianças não estiverem usando máscaras, estiverem aglomeradas, aí realmente é um problema” disse o secretário.
“Nós não esperávamos que uma pandemia pudesse durar tanto tempo assim. Nós não podemos o resto da vida deixar as crianças afastadas do ambiente escolar. Defendo a imunização dos profissionais da educação, como eu disse estou fazendo gestão junto ao Ministério para que a gente possa imunizar em nível de país, porque alguns Estados, inclusive, já começaram a imunizar os profissionais da educação. Mas, eu acho que nós precisamos gradativamente retornar as atividades sob pena de um prejuízo imensurável ao processo de ensino e aprendizagem de todos os nossos alunos” finalizou.
VACINAÇÃO
Mato Grosso ainda não tem uma previsão oficial para o recebimento de novas doses da Coronavac e alguns municípios continuam com a aplicação do imunizante suspensa. Figueiredo afirma que assim que as doses chegarem ao Estado, a prioridade será a aplicação da segunda dose os cidadãos que receberam a primeira.
Segundo o secretário, os municípios que enfrentam o problema da falta de doses, só poderão avançar a imunização para novos públicos a partir da regularização da segunda dose. Ele ainda aproveitou para comentar sobre o anúncio feito pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) sobre a imunização dos profissionais da comunicação.
“Queria deixar muito claro aos profissionais da comunicação, o secretário de Saúde do Estado concorda e é a favor da imunização dos profissionais da comunicação, como sou a favor da imunização de todos os profissionais nas diversas faixas etárias. O que não podemos é ter a irresponsabilidade de ficar fazendo uma promessa cuja solução total não está em nossas mãos, e sim, nas mãos do Ministério da Saúde. Então, se não tiver doses de vacinas pode criar esse ou qualquer outro grupo, que só vai aumentar o problema e penalizar as pessoas que tomaram a primeira dose e estão esperando a segunda dose”, criticou.
“De onde vamos tirar tantas doses para cobrir o rombo agora que as estratégias de vacinação não estão sendo muito corretas. Então, a gente não pode ser irresponsável de anunciar a vacinação de um público apenas em uma demonstração política, sem ter vacinas para vacinar”, finalizou.
Via:GOVMT