A pior seca dos últimos 50 anos no Centro Oeste, no ano passado, matou a maior parte do pasto e os animais acabaram levando mais tempo para chegar ao ponto de serem vendidos.
O preço da carne subiu quase 30% nos últimos 12 meses, quase seis vezes acima da inflação registrada no período. A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária diz que entre os motivos está a queda na oferta de gado para o abate.
A pior seca dos últimos 50 anos no Centro Oeste, no ano passado, matou a maior parte do pasto e os animais acabaram levando mais tempo para chegar ao ponto de serem vendidos. Além disso, os criadores tiveram que investir em ração e o produto é feito a base de milho e algodão, que tem preços impactados pela alta do dólar em relação ao real, que subiu mais de 23% apenas no ano passado.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo também acompanha esse movimento de preços. Segundo o economista da instituição Tiago Carvalho, a alta também tá relacionada às exportações.
“Uma demanda externa muito forte. Comprou-se muita carne brasileira ao longo de 2020. A gente tem também o mercado interno, que com a ajuda do auxílio emergencial ao longo de dois mil e vinte, ajudou a manter patamares altos. mas nesse começo de ano já tá em ritmo menor”, disse.
No ano passado, foram exportados U$S 8.485.107.128, de acordo com a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
Para criadores e empresários, a tendência é de maior equilíbrio no mercado interno, já que mesmo com a volta do auxílio emergencial, a ajuda vai ser menor.
“Mesmo que a indústria pudesse ter mais oferta de carne para abastecer o mercado interno e até mesmo nas exportações, talvez eu não conseguisse vender tudo isso e aí poderia de fato ocasionar numa queda do preço”, avaliou o diretor de Operações do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Bruno Andrade.
Via: G1