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Secretaria de Ação Social de Vila Rica-MT promove Passeata em Prol a Vida – Setembro Amarelo

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Por Simone Nascimento

A passeata em Prol à Vida, coordenada pela Ação Social de Vila Rica em parceria com as Secretarias de Educação e de Saúde, realizada na manhã desta terça-feira, dia 10 de setembro, dia Mundial do Combate ao Suicídio, marcou a ação de sensibilizar alunos, professores e comunidade sobre o tema objetivando que todos desenvolvam atitudes que possam melhorar o diálogo e o clima pessoal para evitar suicídios e outros transtornos de saúde emocional.

Os alunos de todas as escolas Municipais e Estaduais a partir do 5º ano, juntamente com os professores destas unidades participaram da caminhada. Assim como os profissionais das Secretarias de Ação Social, Educação e Saúde.

Vem crescendo alarmantemente o número de casos de suicídios na região do Araguaia e ações como esta ocorrida hoje, é uma pequena atitude que permite a reflexão sobre o assunto, que pra muitos é tido como frescura e que logo passa.

Em conversa com Dr Silvio Rogowski, perito médico legista POLITEC de Confresa, o mesmo considera que o índice de suicídio é altíssimo aqui na região do Araguaia.  Acredita ser importantíssimo a abordagem deste tema, e tem debatido o assunto em todos os lugares que frequenta através de palestras, conversas etc. no sentido de alertar e orientar as pessoas que ao perceber situações de risco para que procurem ajuda profissional, psicólogo e psiquiatra. Ao ser indagado sobre os índices regionais, ele nos informa que não tem permissão de informar os dados regionais por determinação da Secretaria de Segurança Pública, mas que considera um número preocupante.

Suicídios em números – o tamanho do problema

O número de suicídios entre jovens cresceu 18% no Brasil nos últimos anos. 

Cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio anualmente. O suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram também que o Brasil é o oitavo país entre aqueles com maior número de suicídios. 

Entre 2011 e 2015, as mortes por suicídio de adolescentes de 10 a 19 anos cresceram 18%, de acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS). Geralmente, nessa faixa etária, os estudantes começam a encarar as primeiras frustrações e a escola costuma ser um dos principais espaços de socialização. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ações preventivas podem evitar suicídios –  o que inclui medidas educacionais.

Em setembro, a discussão sobre o tema é intensificada em virtude da campanha Setembro Amarelo. Apesar do mês de referência para tratar do assunto, ele não deve ser endereçado apenas nesta época do ano. O trabalho de sensibilização e auxílio deve ser contínuo.

O que é o setembro amarelo?

É uma campanha de prevenção ao suicídio. A iniciativa do setembro amarelo é um desdobramento do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, que acontece no dia 10 de setembro. Ela visa promover e ampliar a discussão e ações sobre o tema. 

Que podemos fazer? O que você pode fazer?

Estimular o diálogo e abrir espaços de acolhida. A situação não pode ser silenciada e ignorada. É preciso criar um ambiente em que a pessoa se sinta segura a permitir, levar a mesma a falar sobre seus sentimentos e inquietações –a isso se dá o nome de posvenção.

Há diversas instituições que produzem materiais orientadores sobre o tema. No site do Ministério da Educação, por exemplo, há informações sobre sinais de alerta, o que fazer e como buscar ajuda. Confira aqui. A Associação Brasileira de Psiquiatria e Conselho Federal de Medicina desenvolveram a cartilha “Suicídio: informando para prevenir”. No material, é possível entender alguns mitos sobre comportamento suicida, fatores de risco e proteção e qual o impacto do suicídio, por exemplo.  No site do Centro de Valorização da Vida (CVV) também é possível encontrar referências de instituições que trabalham com o tema.

Além disso, existem organizações mais focadas em ações educacionais na área de saúde mental, como o Cuca Legal e a Associação pela Saúde Emocional de Crianças (ASEC). Ambos possuem cursos e programas voltados para escolas que visam à promoção de saúde mental, a prevenção de transtornos mentais em ambientes de ensino e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais.

E a escola, o que pode fazer por ser alvo crianças e jovens?

A escola não tem responsabilidade de assumir um atendimento psicológico, diagnosticar síndromes – mas, do mesmo jeito que a escola ajuda a identificar problemas de aprendizagem que muitas vezes são causados por fatores como a necessidade de uso de óculos, ela pode estar atenta à comportamentos socioemocionais que se diferem do resto do grupo e que podem ser perigosos. A escola não deve assumir o papel de psicóloga, mas ela pode ser mediadora dessas ações – seja oportunizando espaços para que o diálogo aconteça e que sentimentos, por exemplo, de solidão possam ser minimizados, ou mesmo indicando a necessidade de uma ajuda profissional. Embora a recomendação seja que a escola trabalhe seus problemas de convivência e comportamento, sempre que a situação for extrema, os órgãos e pessoas responsáveis devem ser envolvidos – família, assistência social, posto de saúde, polícia. 

Autolesão e suicídio é a mesma coisa?

Não. As tentativas de suicídio (aquelas lesões consideradas de grande potência letal) podem ser consideradas uma autolesão provocada – registro que se tornou obrigatório no Brasil desde 2011. No entanto, nem toda automutilação (comum entre os adolescentes) possui uma intenção letal por trás dela.  De 2011 a 2016, foram registradas 176.226 lesões autoprovocadas no país. Destas, 27,4% se tratavam de tentativas de suicídio.

Prática de automutilação (cutting)

Quando o assunto é um tabu, chamar a atenção, julgar, agir com preconceito ou implicância, geralmente possui um efeito reverso ao desejado. A abordagem em uma situação delicada precisa ser no sentido de criar um espaço de confiança em que a criança ou adolescente possa se abrir. O propósito deve ser criar um diálogo e não repreender e minar as possibilidades de um adulto auxiliar na situação. Casos de cutting são frequentes dos 10 até os 25 anos e precisam de atenção. Pesquisas estimam que 20% dos jovens já se automutilaram pelo menos uma vez.

E o bullying o que tem a ver com o suicídio?

Em alguns casos tem a ver sim. Nas unidades escolares, alguns dos alunos que praticam cutting ou se suicidam possuem histórico de vivências em que eles não se sentem pertencentes ou aceitos nos espaços que frequentam. No entanto, não é possível generalizar que os alunos que sofrem bullying são (ou serão) adeptos dessas práticas. Apesar disso, ações que atuam no clima escolar e no desenvolvimento das competências socioemocionais podem ajudar não só a minimizar casos de bullying como evitar que eles evoluam para esferas maiores. É necessário ressaltar, porém, que o bullying é um tema que exige atenção e ação da escola, independente das discussões de saúde mental. 

Que atitudes exigem atenção?

Isolamento, crises de choro, automutilação (ou uso de roupas de mangas longas em temperaturas altas, que podem ser usadas para esconder os cortes da mutilação), tristeza, agressividade e afastamento são alguns sintomas de que algo pode estar errado. Também é interessante observar se a pessoa está tendo mudanças de comportamento, como perda de prazer em atividades que gosta ou, se estudante, queda no rendimento escolar sem um motivo aparente.

 Identificar essas características não fecham um diagnóstico de ansiedade, depressão ou propensão ao suicídio. No entanto, elas podem auxiliar na identificação de casos de bullying ou de outras situações que não estão bem e que podem, futuramente, gerar outras consequências para a saúde mental.

Casos de cutting, por exemplo, costumam estar relacionados com a falta de preparo emocional para lidar com sentimentos como raiva, desespero, aflição ou pressão. A automutilação acaba sendo um “escape” para aliviar os sentimentos.

Fonte: OMS – Organização Mundial da Saúde

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